sábado, 11 de dezembro de 2010

Guia

É estranho vivenciar todas essas fases da vida. Porque a cada dia é como se nascesse um novo eu, é como se um novo caminho surgisse, é como se uma nova luz de esperança nascesse no horizonte. E o mais incrível da vida é saber que o futuro é incerto, e que no entanto depende apenas de nossas escolhas. Ser feliz, ser sozinho, ser um fracasso, tudo é consequência do que escolhemos. Eu particularmente escolhi ser feliz, escolhi passar por cima de todas as mágoas e ressentimentos do passado. Escolhi não ter medo das incertezas, nem do desconhecido. Decidi viver com os pés no chão, com bases sólidas naquilo que pode reforçar minha fé na vida a cada dia. Decidi me guiar pelo amor, e que meu coração me diga e eu vá onde devo ir. Decidi não ter preconceitos. Decidi ter um coração limpo, que ame e reconheça cada gesto de generosidade que se evidencie.
Melhor assim, ser transparente com a vida, comigo, com meus amigos. O tempo passa tão depressa, quero aproveitar ao máximo o pouco tempo que me resta com a vida, porque logo chega a velhice e quero ter histórias pra contar a alguém. Não quero ter que dizer que vivia com minha tristeza, cheio de preconceitos e raiva. Quero dizer que tive amigos maravilhosos, que eu confiava, que confiavam em mim. Quero contar de momentos únicos e inesquecíveis. Quero ter o que contar sobre o amor, sobre a amizade, sobre a sinceridade e sobre a vida. Ter meus sonhos realizados e uma vida feliz, com um coração que transborde generosidade. Que passe energia e possa contagiar quem esteja perto.
Enfim, quero que as coisas sejam mais limpas daqui pra frente, que a vida flua livremente, que os momentos sejam mais marcantes, que esse cinza vá embora de uma vez. Que a alegria esteja presente, que os amigos não se ausentem, que eu perceba, que eu sinta, que eu viva.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Desvio

É foda você querer viver sem tem que correr atrás de reconhecimento. Parece que quanto mais longe eu vou, mais sem amigos eu fico. E eu me importo, todos os dias. Querendo chorar, querendo estar rodeado deles, mas a impressão que tenho é que por qualquer motivo que não conheço eles não me querem mais. Talvez seja apenas essa minha desconfiança, essa falta de fé na vida. Talvez seja real. O tempo da solidão chegou. Aqui, na sala, eu tento não lembrar mais dos momentos felizes do passado, me traz um sentimento de inveja, talvez por eu ter mudado realmente, por não conseguir ser mais aquela pessoa querida que eu era. Talvez porque eu tenha ambicionado outras coisas, e nessa corrida pelo ser mais, eu fui longe demais, perdi meu caminho e agora nem sei mais onde estou. Perdido, essa deve ser a palavra. A mágoa apenas. Realmente não quero voltar mais, nem tentar ser quem eu era, quando estava cercado de boas pessoas que me amavam. Porque talvez um dia elas me abandonem, e eu torne a ficar novamente aqui, sem esperança. E busque outros caminhos, outra vez, tentando me reencontrar, fugindo da solidão e da tristeza.
Já tenho trilhado boa parte do caminho, não tem por que mais querer voltar. Vou continuar por mais que a dor insista, por mais que eles não queiram voltar para mim, que não se lembrem mais, eu vou continuar andando. Porque sei onde quero chegar e sei por onde estou indo. E por enquanto parece seguro.
Eu sei que vai doer, e sei que vou suportar essa dor. Sei que o vazio pode parecer grande, mas atrás desse muro cinza é como se pelas frestas eu pudesse enxergar já a luz do céu que, com força tenta me alcançar. E atrás desse muro um jardim com muitos pássaros, colorido e felicidade me espera. Eu creio.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lutar

Os dias passando tão rapido, às vezes esqueço até em que ano estamos. Parece que não há nada em absoluto de diferente em mim, como se nada tivesse mudado, eu continuo um menino, que se encanta e desencanta desse mundo ao mesmo tempo, de tudo. Só resta a lembrança remota da felicidade digna e autêntica que tive um dia, com amigos sinceros, e um coração puro. Atrás de todo esse colorido reina um imenso cinza. Mas eu vou continuar lutando, pra sobreviver em meio a tudo isso. Esse meu coração, que parece esmagado, faz eu querer chorar a cada instante. Faz eu querer me fechar, e esquecer o mundo, contemplando assim toda dor e toda a angústia da minha alma. Eu sei o que é viver, e ser feliz, e ter amigos, e querer viver mais e mais, aproveitar cada segundo com a maior intensidade possível. Mas tudo esvaiu-se. Eu tento subsistir, mas é como se algo me puxasse para baixo, ou para trás.
Mas vai ser natural que eu continue lutando, pela conquista, pela emancipação, pelo não querer sofrer mais. E uma hora eu tenho que conseguir, não vou deixar de acreditar, cada dia é um degrau que subimos, a cada dia está mais perto a bandeira. Por mais que toda a pressão, e essa angústia continue por algum tempo, uma hora ela vai sucumbir, e vamos vencer. Acreditemos.