sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Chegar

Falar de amor, parece tão simples. Simples pra quem já viveu e sabe como é. Eu me pergunto às vezes se sei o que é o amor. Já vivi tanto, com tantas garotas, dividi tantos momentos, ganhei tantas coisas e entreguei também. Cada momento desses inesquecível, algo que não se vai mesmo que você queira. Eu, em particular nem quero. Porque no fim é atrás disso que vivemos, e quantas vezes mentimos pra ter o que queremos, quando em verdade ser verdadeiro já é a felicidade plena, é o ser e estar absoluto. Ser verdadeiro é viver com a glória da solidão contida e da amizade verdadeira. Um carinho, um beijo, um abraço, uma música, um pensamento, um sonho, eu agradeço por ser assim, tenho orgulho disso. A subjetividade sobe à superfície e aí fica, sem querer mudar o passo. E eu gosto disso, vivo com isso, e não nego mais. Viver com isso é ser plenamente feliz, e ser feliz é nosso objetivo aqui, logo não preciso de mais nada. Parece preocupante às vezes a minha falta de preocupação, mas eu me conformo. A simplicidade e a alegria andam de mãos dadas, aprendi por esses dias vivendo, só assim se pode chegar lá.
Mas enfim, lá está o amor, o que queremos pra sempre, o que queremos viver, o que queremos conosco. Talvez eu tenha amado um dia e nem saiba. A verdade é que hoje eu tenho dúvidas, sobre o 'amar'. Mas sei que logo toda essa brisa se dissipará e serei um ser que pode amar com consciência do que é verdadeiro e com o coração, porque apaixonado já sou, pela vida, pelo todo, pelas pessoas. E isso me faz viver. Constrangedor é lembrar que às vezes eu menti pra ter mais, quando sendo verdadeiro eu posso ter tudo que quero. E sendo verdadeiro a luz da manhã parece brilhar mais, as estrelas brilham mais, seus olhos brilham mais, eu nem sabia que era capaz de tudo isso, de te olhar assim com tanto sentimento, profundamente nos olhos e fazer você sentir essa energia. Eu nem imaginava que seria tão especial aquele dia. Eu não acreditei em mim, doce ilusão pensar que eu não era o suficiente pra mim mesmo e pra você. Agora vejo com outros olhos e quero gritar pro mundo o quão bom é se sentir assim. Sentir: que palavra nobre. Se você mente é privado disso e privado da felicidade. Só ajunta sentimento de mágoa, rancor e angústia no peito, os dias sempre passando depressa e você na ilusão de que está ganhando a vida, quando está perdendo. Difícil ouvir críticas sobre seus gostos, só que mais difícil é esconder quem você é e do que gosta. Na verdade evoluímos e prosperamos nossos dias quando começamos a aceitar mais. Quando paramos de fingir e de apontar. Quando abrimos os braços num gesto de carinho. Quando decidimos viver e ser felizes em vez de querer ser alguém que está longe de nós.
A liberdade logo ali, podemos senti-la e tocá-la com a ponta dos dedos. Com ela o sol, com ela o ser infinito, com ela o absoluto. Talvez ela esteja ainda mais perto, talvez já esteja aqui, talvez a escuridão suscitava propositadamente tenha nos cegado e agora temos dificuldade para achá-la. Tudo que sei é que ela existe, não é apenas uma história inventada pelos homens. Porque um dia eu a conheci e gozei da sua calorosa sensação. E sei que ela há de voltar. Eu renunciei a tudo que me fez mal e agora ando comigo mesmo, não tenho mais que olhar pelo lado de fora. E sou digno dela agora. Sei que está perto, e sem vacilar vou continuar acreditando nisso até que tudo se complete e possamos viver um amor verdadeiro e único. Tudo lembra o amor, tudo me leva à você. E com isso que quero viver.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Limites

Mais um dia frio. Os pensamentos amontoavam-se. Ultimamente parecia um pouco mais racional, esforçara-se para que isso acontecesse. Cansara de sofrer já sendo tão fiel a sentimentos e a emoções que traziam lá seus momentos verdadeiros de prazer e alegria mas que por ora esvaiam-se, abandonando assim, sem mais nem menos, sem dizer qualquer coisa ia embora. Sozinho no quarto se lamentava, Por que confiara mais uma vez nas emoções? Por que era fiel a toda aquela subjetividade pegajosa, aquela coisa que não queria o deixar. Que o seguia. Dormindo, lendo, distraído, sozinho, aquela coisa vinha, chamando-o para dentro dela, ou melhor, convidando-o a deixa-la entrar. E ele, fraco, deixava. E aquilo ia o dominando, aquela força sobrenatural fazia-o se sentir mais vivo. Era uma energia forte, ele sentia vontade de escrever, de ler - não, de ler não, se achava alguém, que tinha conteúdo agora o bastante pra sair contando a todos. Se sentia poderoso. Que vontade de pegar o violão e cantar uma música, que vontade de sair lá fora, buscar alguém pra conversar! Que vontade de dividir, que vontade de correr, que vontade de viver! Aquilo era bom, ele se deixava levar, o coração batia acelerado, as mãos queriam apalpar, os lábios queriam se abrir num belo sorriso, os dentes brancos queriam exibir-se. O céu logo ali, é como se pudesse tocá-lo, pegar as nuvens com a mão, amassá-las, tampar o sol, abraçar o universo. Esse se sentir grande, essa onipotência, essa coisa tão viva o levava, e ele se deixava ir, sem receio, com olhos brilhantes, com o peito aberto, sentindo o vento, abrindo os braços, não existia mais limites, o chão parecia até longe, só enxergava o céu, e tudo que estava no alto. Queria subir mais e mais. Deixou-se levar.
Depois de não muitos dias tudo acabou. Esvaiu-se a onipotência, o poder, o sentimento forte. Jogado, abandonado, traido. De que vale acreditar nisso, de que vale sonhar?! Melhor seria que nada tivessse acontecido, que não tivesse sentido nada, agora essa falta não existiria. Ela corrói. Tudo por ser fraco, tudo por ceder a um sentimento convidativo que lhe oferece poder, e um bem estar sobre humano, só pede que confie nele e se deixe levar. Logo esse mesmo sentimento o abandona e deixa-o à mercê da razão. E é inevitável, porque é o outro lado da moeda. E você volta a ser mais racional, volta a fazer o que acha certo, volta a ser frio, a não querer mais sonhar. Volta a viver nos limites da razão.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Guia

É estranho vivenciar todas essas fases da vida. Porque a cada dia é como se nascesse um novo eu, é como se um novo caminho surgisse, é como se uma nova luz de esperança nascesse no horizonte. E o mais incrível da vida é saber que o futuro é incerto, e que no entanto depende apenas de nossas escolhas. Ser feliz, ser sozinho, ser um fracasso, tudo é consequência do que escolhemos. Eu particularmente escolhi ser feliz, escolhi passar por cima de todas as mágoas e ressentimentos do passado. Escolhi não ter medo das incertezas, nem do desconhecido. Decidi viver com os pés no chão, com bases sólidas naquilo que pode reforçar minha fé na vida a cada dia. Decidi me guiar pelo amor, e que meu coração me diga e eu vá onde devo ir. Decidi não ter preconceitos. Decidi ter um coração limpo, que ame e reconheça cada gesto de generosidade que se evidencie.
Melhor assim, ser transparente com a vida, comigo, com meus amigos. O tempo passa tão depressa, quero aproveitar ao máximo o pouco tempo que me resta com a vida, porque logo chega a velhice e quero ter histórias pra contar a alguém. Não quero ter que dizer que vivia com minha tristeza, cheio de preconceitos e raiva. Quero dizer que tive amigos maravilhosos, que eu confiava, que confiavam em mim. Quero contar de momentos únicos e inesquecíveis. Quero ter o que contar sobre o amor, sobre a amizade, sobre a sinceridade e sobre a vida. Ter meus sonhos realizados e uma vida feliz, com um coração que transborde generosidade. Que passe energia e possa contagiar quem esteja perto.
Enfim, quero que as coisas sejam mais limpas daqui pra frente, que a vida flua livremente, que os momentos sejam mais marcantes, que esse cinza vá embora de uma vez. Que a alegria esteja presente, que os amigos não se ausentem, que eu perceba, que eu sinta, que eu viva.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Desvio

É foda você querer viver sem tem que correr atrás de reconhecimento. Parece que quanto mais longe eu vou, mais sem amigos eu fico. E eu me importo, todos os dias. Querendo chorar, querendo estar rodeado deles, mas a impressão que tenho é que por qualquer motivo que não conheço eles não me querem mais. Talvez seja apenas essa minha desconfiança, essa falta de fé na vida. Talvez seja real. O tempo da solidão chegou. Aqui, na sala, eu tento não lembrar mais dos momentos felizes do passado, me traz um sentimento de inveja, talvez por eu ter mudado realmente, por não conseguir ser mais aquela pessoa querida que eu era. Talvez porque eu tenha ambicionado outras coisas, e nessa corrida pelo ser mais, eu fui longe demais, perdi meu caminho e agora nem sei mais onde estou. Perdido, essa deve ser a palavra. A mágoa apenas. Realmente não quero voltar mais, nem tentar ser quem eu era, quando estava cercado de boas pessoas que me amavam. Porque talvez um dia elas me abandonem, e eu torne a ficar novamente aqui, sem esperança. E busque outros caminhos, outra vez, tentando me reencontrar, fugindo da solidão e da tristeza.
Já tenho trilhado boa parte do caminho, não tem por que mais querer voltar. Vou continuar por mais que a dor insista, por mais que eles não queiram voltar para mim, que não se lembrem mais, eu vou continuar andando. Porque sei onde quero chegar e sei por onde estou indo. E por enquanto parece seguro.
Eu sei que vai doer, e sei que vou suportar essa dor. Sei que o vazio pode parecer grande, mas atrás desse muro cinza é como se pelas frestas eu pudesse enxergar já a luz do céu que, com força tenta me alcançar. E atrás desse muro um jardim com muitos pássaros, colorido e felicidade me espera. Eu creio.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lutar

Os dias passando tão rapido, às vezes esqueço até em que ano estamos. Parece que não há nada em absoluto de diferente em mim, como se nada tivesse mudado, eu continuo um menino, que se encanta e desencanta desse mundo ao mesmo tempo, de tudo. Só resta a lembrança remota da felicidade digna e autêntica que tive um dia, com amigos sinceros, e um coração puro. Atrás de todo esse colorido reina um imenso cinza. Mas eu vou continuar lutando, pra sobreviver em meio a tudo isso. Esse meu coração, que parece esmagado, faz eu querer chorar a cada instante. Faz eu querer me fechar, e esquecer o mundo, contemplando assim toda dor e toda a angústia da minha alma. Eu sei o que é viver, e ser feliz, e ter amigos, e querer viver mais e mais, aproveitar cada segundo com a maior intensidade possível. Mas tudo esvaiu-se. Eu tento subsistir, mas é como se algo me puxasse para baixo, ou para trás.
Mas vai ser natural que eu continue lutando, pela conquista, pela emancipação, pelo não querer sofrer mais. E uma hora eu tenho que conseguir, não vou deixar de acreditar, cada dia é um degrau que subimos, a cada dia está mais perto a bandeira. Por mais que toda a pressão, e essa angústia continue por algum tempo, uma hora ela vai sucumbir, e vamos vencer. Acreditemos.

sábado, 27 de novembro de 2010

O Natal

Eu vejo pessoas que já passaram pela minha vida e lamento por terem saído. Pessoas verdadeiramente especiais e inesquecíveis que deram sabor aos meus dias. Pessoas essas que merecem não mais que toda a felicidade do mundo, por serem tão mágicas, por serem o que são. E todos os dias agradeço aos céus por terem passado por mim, por terem deixado em mim uma marca, por terem feito eu conhecer a amizade, o carinho, o amor de amigo. Agradeço por fazer eu sentir saudades, do tempo, deles, dos momentos mágicos, das alegrias, ainda que fortuitas, guardadas para sempre.
Perdi em absoluto todas as pessoas que me faziam sentir-se especial. Até a pouco no emprego eu as tinha, pessoas que viravam e reviravam meus sentimentos, que mexiam comigo, mas saí de lá. Pude experimentar mais uma vez a magia da amizade sincera, da compaixão, da afabilidade. Mas estou pronto para começar novamente. Querendo ou não haverá agora um recomeço, minha vida vai mudar, e eu quero mais uma vez encontrar essas pessoas tão especiais que fazem a vida ser bela. Eu sei que o destino já as reservou para mim, basta encontrá-las. E desfrutar de tudo que a vida tem de melhor, o amor.
Ainda mais que já entramos em clima de natal. E eu fico encantado com as luzes, com a fantasia do papai noel, com os pinheiros coloridos, com as caixas de presente e seus laços, com a imagem das renas, do céu estrelado, da ceia com a família reunida, da paz, da amizade. Toda essa coisa do natal é fantástica, em todos os sentidos. Mas tem marcado minha vida por todos esses anos. Tenho já meus dezenove anos, mas sinto como se tivesse ainda a alma de uma criança. Às vezes me acho parecido com os poetas, Vinícius, Carlos Drummond... homens maduros que não têm medo de se entregar e exaltar as paixões pueris de uma criança. Envolto nesse clima tão maravilhoso a vida é bela, a família se torna perfeita, os risos tão cheios de alegria, os olhares tão intensos, olhos com lágrimas olhando o céu, relembrando momentos bons, deixando a energia do ar tomar seus corpos e suas almas. Quanta bondade, quanta paz, quanta harmonia ainda existe no mundo. Que maravilha.
E assim é o natal, assim acontece todos os anos, essa divindade na terra, essa coisa tão envolvente e especial nos domina, nos alegra, nos deixa felizes. Faz todas as pessoas se sentirem especiais, e é disso que todos precisam. Ninguém quer ser invisível, as pessoas querem ser notadas, e o natal as faz assim. Até parece que nem existe mais rico e pobre, preto e branco. As pessoas se olham e sorriem alegremente, a felicidade é envolvente. Assim podemos gozar de mais um natal, de mais um fim de ano cheio de alegria e paz.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Vida

Às vezes é preciso olhar mais longe. Ousar. Tentar ver além do que o horizonte nos proporciona. E para isso, basta reparar em gestos simples de amor, carinho, compaixão, amizade. Porque sem isso a vida não seria. Isso é a vida, as coisas simples e boas. Por isso ame, vamos amar acima de tudo. Esquecer por um tempo a maldade do mundo, a violência, a mentira, o engano, e ver o universo de alegria que a vida tem para nos oferecer.
Ler um bom livro, ouvir uma boa música, abraçar, ir ao teatro, sorrir, olhar para o céu, cantar com os pássaros... A beleza de poder ver, ouvir, sentir a essência da vida, esse poder absoluto que nos envolve a cada dia se deixarmos. Esquecer os compromissos, responsabilidades, negócios e parar um pouco para sentir, sentar na janela, tocar Djavan no violão e olhar os cavalos passearem no campo de uma chácara repleta de pássaros a cantarolarem e dançarem no ar. Isso é vida, isso é viver, isso é sentir.