Depois de não muitos dias tudo acabou. Esvaiu-se a onipotência, o poder, o sentimento forte. Jogado, abandonado, traido. De que vale acreditar nisso, de que vale sonhar?! Melhor seria que nada tivessse acontecido, que não tivesse sentido nada, agora essa falta não existiria. Ela corrói. Tudo por ser fraco, tudo por ceder a um sentimento convidativo que lhe oferece poder, e um bem estar sobre humano, só pede que confie nele e se deixe levar. Logo esse mesmo sentimento o abandona e deixa-o à mercê da razão. E é inevitável, porque é o outro lado da moeda. E você volta a ser mais racional, volta a fazer o que acha certo, volta a ser frio, a não querer mais sonhar. Volta a viver nos limites da razão.
A vida que passa. Os sonhos que se sonha. A alma rejuvenescida. A alegria de quem ama.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Limites
Mais um dia frio. Os pensamentos amontoavam-se. Ultimamente parecia um pouco mais racional, esforçara-se para que isso acontecesse. Cansara de sofrer já sendo tão fiel a sentimentos e a emoções que traziam lá seus momentos verdadeiros de prazer e alegria mas que por ora esvaiam-se, abandonando assim, sem mais nem menos, sem dizer qualquer coisa ia embora. Sozinho no quarto se lamentava, Por que confiara mais uma vez nas emoções? Por que era fiel a toda aquela subjetividade pegajosa, aquela coisa que não queria o deixar. Que o seguia. Dormindo, lendo, distraído, sozinho, aquela coisa vinha, chamando-o para dentro dela, ou melhor, convidando-o a deixa-la entrar. E ele, fraco, deixava. E aquilo ia o dominando, aquela força sobrenatural fazia-o se sentir mais vivo. Era uma energia forte, ele sentia vontade de escrever, de ler - não, de ler não, se achava alguém, que tinha conteúdo agora o bastante pra sair contando a todos. Se sentia poderoso. Que vontade de pegar o violão e cantar uma música, que vontade de sair lá fora, buscar alguém pra conversar! Que vontade de dividir, que vontade de correr, que vontade de viver! Aquilo era bom, ele se deixava levar, o coração batia acelerado, as mãos queriam apalpar, os lábios queriam se abrir num belo sorriso, os dentes brancos queriam exibir-se. O céu logo ali, é como se pudesse tocá-lo, pegar as nuvens com a mão, amassá-las, tampar o sol, abraçar o universo. Esse se sentir grande, essa onipotência, essa coisa tão viva o levava, e ele se deixava ir, sem receio, com olhos brilhantes, com o peito aberto, sentindo o vento, abrindo os braços, não existia mais limites, o chão parecia até longe, só enxergava o céu, e tudo que estava no alto. Queria subir mais e mais. Deixou-se levar.
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