quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Hoje

Interessante. Muito interessante a forma como mudamos com o passar do tempo. Quando criança, eu era extremamente tímido, e melancólico. Vivia nos galhos das árvores, por vezes passava todo o dia no mato. Quando em casa, ficava trancado no quarto tocando violino, desenhando, ou qualquer coisa que não necessitasse da presença de outrem. Ao entrar no EM, descobri uma quantidade de livros razoável na biblioteca da Oficina de Arte sobre Música, e foi aí que comecei a ler. Li toda a história da música, e cada compositor me impressionava, mas um se sobressaiu. E era, claro, o ilustre Ludwig van Beethoven. A personalidade forte, o caráter, o comportamento, as paixões, tudo isso me cativava. E Beethoven era um cara extremamente retraído também, só que não por insegurança, mas por orgulho. Ele admitia que não precisava da ajuda de ninguém, e que seria conhecido no mundo todo com sua própria força. Enfim, foi assim, me retraindo cada vez mais que se passaram os dias. E eu ficava cada vez mais introvertido. E assim passou-se todo aquele 1º ano do colegial.
No 2º, eu comecei a trabalhar e estudar a noite e, claro, tudo mudou absurdamente na minha vida. Comecei a ouvir a Mix, que não conhecia até então, e o estilo Hip Hop fez eu mudar de ideia. Como todos sabem, à noite só dá bagunceiro na escola, foi assim que eu forçosamente mudei. Mudei as roupas, o comportamento, os gostos, as amizades, o modo de pensar. E assim continuei, esqueci música clássica, conservatório, compositores, tudo. É evidente que, nesse momento, em virtude do trabalho, das amizades, e do estilo, eu perdi toda a introversão. Fiquei muito mais expansivo, afinal, eu já não me preocupava com o que pensavam sobre mim.
No 3º saí do emprego para trabalhar em casa. Continuei estudando à noite, porém com outras ideias. Voltei a ler avidamente. Li muitos filósofos, dentre os que mais gostei estão Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, Marx, Freud - este que fez com que eu ficasse obcecado por toda a psicanálise. Piaget - maravilhoso. Sem contar literatura universal - Dostoiévski, Fielding, Gaarder, Kafka, Saramago, e ele, Machado de Assis. Bom, a partir disto dá pra se ter uma ideia do quanto mudei. Do Hip Hop à intelectualidade. Pois bem, num momento tive contato com o Espiritismo, lendo mesmo sem saber que era. E toda aquela espiritualidade, aquela aversão ao materialismo me cativava. Mas então descobri que era tudo mentira. Então me tornei um extremo esquerdista, exaltando o Comunismo. Mas também descobri que era mentira. Então decidi ler a Bíblia, e ali encontrei toda a Verdade. Hoje se me perguntassem o que eu sou, responderia: um cristão, um servo de Deus. Talvez não tão fervoroso quanto deveria, mas ainda assim convicto.

4 comentários:

  1. Olá..
    Vim agradecer a visita...

    Aqui é bem interessante.. parabéns!!

    Abs,

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  2. Gostei do novo visual do Blog! ^^

    tbm passei por tantas fases!
    Fases geram aprendizados...novos amigos...sempre!

    ;*

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  3. Nossa!
    Ainda bem que estamos sempre mudando para melhor...
    Adorei o final da sua história.
    Beijos

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  4. Sim, leia Freud, vale muito a pena.

    E a gente muda o tempo todo. Somos assim um vir-a-ser.

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